Para que serve uma tabela nutricional?

Informar o consumidor, promover uma alimentação equilibrada ou apenas causar dores de cabeça para os profissionais da indústria de alimentos? Bem, parece que tudo isso se encaixa no propósito de uma tabela nutricional.

Está muito claro que as informações nutricionais impressas nos rótulos tem objetivo de dar mais clareza aos clientes sobre o produto que ele está consumindo. Junto com a lista de ingredientes, a tabela ajuda a população a entender (minimamente) qual o conteúdo daquele alimento.

Embora informar o cliente seja o objetivo principal de uma tabela nutricional, existem outras utilidades para elas. Neste artigo vamos olhar para as tabelas de outra forma, e aprender a usá-las em nosso favor.

Tabela nutricional

Nem sempre foi fácil!

Vivemos em uma era privilegiada, com abundância de informações. Tudo está tão ao alcance das mãos que as vezes nos esquecemos o quão complexo é o mundo. E, principalmente, o quanto evoluímos para chegar onde estamos.

Desde os tempos pré-históricos nós comemos (“uau!”). Mas era uma rotina bem diferente. Nada de acordar, ir à padaria e comprar um pão fresquinho. As coisas eram bem raiz, do tipo andar quilômetros para encontrar quem sabe um arvore com frutos ou um animal “moscando”.

Nessa época não existia tabela nutricional (“uau!”²). Comia-se o que tinha. Mas isso não quer dizer que faltava conhecimento do que estava sendo consumido. O método de transmitir a informação é que era diferente.

As pessoas compartilhavam suas experiências e era possível saber o que podia ser comido ou não, quais alimentos davam energia, quais plantas curavam, etc.

E lembre-se que este povo preparava sua própria comida. Eles sabiam bem de onde vinha aquilo que estavam comendo.

Uma ideia brilhante!

Com o tempo, o estilo de vida foi mudando para melhor. Os métodos de produção foram se modernizando e com isso, também a comida. Não precisamos mais caçar. Agora existem pessoas que preparam nosso alimento.

Que bom que nascemos nesta época atual, não é mesmo?

O desenvolvimento da culinária e o surgimento das indústrias impulsionou nosso desenvolvimento. Mas trouxe uma desvantagem: Não sou eu quem prepara a minha comida!

E por que isso é ruim? Porque eu não tenho mais certeza do que estou comendo. Alimentos preparados por outros podem ter literalmente qualquer coisa. Quando era a sopa da vovó, até dava pra confiar, mas agora é um bigodudo qualquer do outro lado do continente.

Como resolver isso? Voltando eu mesmo a preparar tudo? Não mesmo! A vida está tão melhor hoje.

Vamos começar a registrar estas informações nos rótulos (“Eureca!”).

Pronto. Comida pronta e com procedência! Convenhamos, é uma ideia muito boa.

Contudo, não foi do dia para a noite. Esse processo todo levou séculos para ocorrer. Não só por falta de leis, mas porque não haviam análises para identificar os alimentos. Tudo teve que evoluir em conjunto para chegar ao que temos hoje.

Evolução gera evolução.

Cada evolução em um campo da sociedade destrava uma série de outras evoluções. Imagine que, em todo este período, não existiam a maioria das profissões que temos hoje.

Nutricionista? Engenheiro de alimentos? Nunca nem vi!

Mas, com o aumento das informações e das possibilidades, naturalmente surgiram os profissionais para colocar ordem nesse caos.

Hoje temos acesso a anos de experiência e dados. E é isso que está contido em um rótulo de um alimento: Confiança. Desde o local onde ele é produzido até a quantidade de sódio.

Para o consumidor, tudo muito bem feito! E acabou? Só isso?

Não. Perceba que um rótulo é a chave de um produto! É mais do que gorduras e proteínas. É literalmente a receita do produto que você está consumindo.

O que um rótulo nos conta?

Um rótulo pode nos dar várias informações a respeito de um produto. Já experimentou dar um Google no endereço que está na embalagem do seu chocolate favorito? Dá pra ver até o tamanho da fábrica pelo Maps!

Mas não é esse o foco aqui. Estamos falando de tabela. Ela sozinha nos ajuda a ver se nossa alimentação está balanceada. Porém não é o que nos interessa ainda. Deixo para os nutricionistas.

Agora quando combinamos tabela e lista de ingredientes, aí sim temos ouro. A lista de ingredientes sozinha não mostra nada (mostra sim, um exemplo é o famoso sanduiche de picanha sem picanha). Mas quando combinamos ela com as informações nutricionais, é possível deduzir a formulação do produto.

Isso mesmo, as porcentagens! A receita! A fórmula secreta!

Claro que este não é tarefa para leigos da indústria. É preciso conhecimento da composição dos alimentos e também dos processos envolvidos. Mas me diga, quantas vezes você já olhou para o rótulo do seu concorrente? As composições são parecidas? O que é diferente e o que é igual?

Meu intuito ainda não é ensinar a fazer os cálculos, mas acender uma luz.

Os rótulos trazem informações úteis para entendermos até sobre nossos próprios produtos. Formas de melhorar o que temos, seja em processo, ingredientes ou produção mesmo.

É informação gratuita! Só ir lá e pegar!

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Paulo Henrique Rodrigues Júnior
Paulo Henrique Rodrigues Júnior

Mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela Universidade Federal de Viçosa. Atuo no setor de P&D e Processos na indústria desde 2015.
E desde então vivo um caso de amor pelos Processos Industriais. E quando sobra um tempinho, faço uns desenhos.

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