Soft skills e Hard skills: O que preciso saber?

Você já deve ter ouvido falar nos termos Soft Skills e Hard Skills. Possivelmente caiu nesta página pesquisando sobre isso. Você quer saber o que está de fato por trás destas palavrinhas chiques e como usar estes conceitos para ser um profissional mais valorizado? Então está no blog certo.

Em primeiro lugar, não há nada de complexo com estas expressões. São termos que pegamos emprestado do inglês para englobar alguns tipos de habilidades que temos (ou precisamos) e que são importantes no ambiente de trabalho.

Vamos entender cada uma deles.

Soft skills e Hard Skills
Hard ou Soft? Eis a questão!?

Hard skills

Hard skills pode ser traduzido literalmente como habilidades difíceis, mas significa algo um pouco diferente. O termo é utilizado para agrupar competências técnicas, sólidas. É basicamente aquilo que aprendemos por meio do conhecimento formal. Não necessariamente é algo difícil.

É aquilo que você sabe fazer, e que pode ser facilmente medido.

Desde descascar uma laranja até calcular a turbulência de um líquido dentro de um trocador de calor. Geralmente é aquilo que as empresas pedem no descritivo das vagas, e é específico para cada tipo de função.

O soldador tem que saber soldar, o engenheiro tem que saber calcular, e assim por diante.

Uma empresa pode certificar isso por meio do seu diploma, ou certificado para algum curso, ou pode simplesmente verificar sua eficiência no dia-a-dia.

Soft skills

Ao pé da letra, Soft skills deveria ser traduzido como habilidades fáceis, basicamente o contrário das Hard skills, mas também não é bem esse o sentido da coisa.

Soft skills englobam as habilidades comportamentais. É algo mais relacionado à capacidades intrínsecas ao indivíduo. Bons exemplos são as habilidades de comunicação, liderança, trabalho em equipe, ética, mas não para por ai.

Perceba que são habilidades que podem ser treinadas, aprendidas, mas não são tão triviais quanto as Hard Skills. Não é possível medir a nível de pensamento analítico de uma pessoa em uma prova, pois é da pessoa.

São as situações que vão demonstrar se a pessoa realmente possui tais habilidades, e inclusive estas habilidades podem ser demonstradas de diferentes formas. A personalidade de cada indivíduo é única e por isso é difícil colocar uma nota para este tipo de característica.

Outra diferença é que as Soft skills se enquadram em qualquer vaga, em praticamente qualquer cargo, função, setor ou ramo. Boa comunicação interpessoal é desejável tanto para um mecânico de uma indústria quanto para um astronauta.

Soft skills é a vida!

Você começa a aprender habilidades comportamentais desde bebê. É sua formação como pessoa, sua personalidade, seu caráter. Cada pessoa tem um jeito e portanto uma pré-disposição a ter mais alguma habilidade que outra.

E isso não é ruim. Essa diversidade faz muito bem para uma empresa e para a sociedade como um todo. É impossível que todos os colaboradores sejam comunicativos, ou líderes. Não dá pra exigir isso, até porque cada função tem suas atribuições.

O que devemos é saber o que almejamos em nossa carreira, entender quais habilidades já temos e quais precisamos para isso. Para uma pessoa tímida pode parecer difícil ser comunicativa. Mas comunicativo não quer dizer ser tagarela, um fala-muito. Saber usar as palavras nos momentos certos também é uma habilidade. Isso vale para qualquer Soft skills.

Nem todos vão ser gerentes. Nem todos precisam ser gerentes. E nem todos os gerentes serão iguais. Seja líder, proativo, resiliente, flexível, solucionador de conflitos, mas seja você!

Anti-soft skills

Eu acredito que a melhor abordagem para ser um bom profissional com boas habilidades comportamentais não seja essa de dizer o que você deve ser. Talvez seja mais produtivo dizer o que você não deve ser.

Ao invés de buscar ser algo que pareça muito difícil, ou que signifique mudar sua personalidade, porque não apenas evitar alguns comportamento?

Por exemplo, alguns associam inteligência emocional com ser um robô, frio. Não, você não precisa ter sangue de barata! Mas é sempre bom evitar agir no calor do momento. Evite gritar ou bater na mesa. Evite soltar os cachorros em qualquer um.

Isso não quer dizer que você não pode dar sua opinião sobre algo que não concorda.

O mesmo vale para a habilidade de trabalhar sob pressão. Mas que raio de habilidade é essa, não é mesmo? Quando eu vejo um anúncio desse tipo, já imagino que é uma empresa onde vão gritar com você com certa frequência e as vezes sem motivo. (Inclusive me deixa aquela impressão de que eles pedem funcionários com habilidades que não são fomentadas pela cultura da empresa, mas né!?)

Voltando, mais fácil que tentar ser o cara que sabe trabalhar sob pressão, é tentar não se perder nos prazos, evitar o acúmulo de tarefas, não ser ansioso ou mesmo evitar o descontrole emocional.

Desviar-se de comportamentos nocivos é tão ou mais importante do que ter o comportamento perfeito. Assim conseguimos ir melhorando aos poucos, mas de forma efetiva.

Hard ou soft?

Não caia nessa de achar que uma é mais importante que outra. As Soft skills parecem ser mais desejadas que as hard no momento, mas é porque elas são mais difíceis de se treinar. As empresas desejam profissionais com o perfil correto, pois raramente uma pessoa muda seus comportamentos em dias ou meses.

Por outro lado, é fácil pagar um treinamento ou curso para ensinar alguma tarefa ao colaborador.

Mas não se engane, ambas habilidades são importantes e andam juntas. Você pode ser o melhor em fazer algo mas pode não obter grandes resultados se não souber se relacionar com as pessoas da empresa.

Pode também ser o melhor comunicador, o melhor líder, mas perder a confiança de seus liderados se não souber ao menos o básico sobre aquilo que está falando.

As empresas vão continuar te contratando pela capacidade técnica, pelo seu currículo, mas a valorização sempre se dará pelo conjunto técnico + comportamental.

A chave do sucesso é nunca parar de se aprimorar. Não pela empresa, mas por você. O trabalho deve ser uma jornada de crescimento pessoal, afinal quando você sai de uma empresa, tudo o que leva é aquilo que se permitiu aprender. Hard E Soft.

Paulo Henrique Rodrigues Júnior
Paulo Henrique Rodrigues Júnior

Mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela Universidade Federal de Viçosa. Atuo no setor de P&D e Processos na indústria desde 2015.
E desde então vivo um caso de amor pelos Processos Industriais. E quando sobra um tempinho, faço uns desenhos.

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