Hoje em dia temos todas as informações que precisamos na palma da nossa mão, não é mesmo? Ao menos é essa a impressão que temos, com essa possibilidade de acessar o Google e as redes sociais em praticamente qualquer hora e lugar. Mas temos que estar atentos com essa facilidade do mundo moderno. Nem tudo que está na internet é verdade. Principalmente quando vamos pesquisar sobre alimentos na internet, é preciso escavar um pouco mais fundo para encontrar um conteúdo sério.
Neste artigo vamos entender o porque isso acontece e como aproveitar melhor o conhecimento que a internet nos proporciona.
Dá um Google aí.
Não há como negar, a internet é uma das maiores invenções de nosso tempo. Tudo ao nosso alcance com apenas um clique. E o Google tem um papel importante nessa história.
Afinal, com tantas páginas, era necessária uma ferramenta que os permitisse pesquisar e organizar todo o conteúdo. O site Google é um indexador de páginas, que varre toda a internet a cada vez que digitamos algo, fazendo uma seleção através de palavras-chave que inserimos.
Isso é o máximo.
Só que não para por aí. A ferramenta não apenas busca, como também utiliza todas as buscas anteriores, suas e de outras pessoas, para otimizar a pesquisa. É por isso que o buscador consegue completar alguma pergunta antes mesmo de você terminar de digitar.
Com isso, a experiência em usar o Google acaba sendo muito interativa. Mais do que uma ferramenta de busca, o Google é um consultor pessoal que está ao nosso dispor 24h por dia.
Tenho certeza que ele já te ajudou com algum trabalho, ou exercício, ou mesmo à resolver alguma pendência no seu emprego. Talvez até tenha te ajudado a encontrar este blog. É mesmo uma ferramenta fantástica.
Porém, temos que abrir um parêntese.
A sabedoria de um algoritmo
Você já se perguntou como o Google consegue fazer isso? Bem, você já deve ter ouvido falar em algoritmo. Um algoritmo é, de forma bem resumida, uma série de cálculos feitos em etapas. O objetivo destes cálculos é encontrar padrões e usar estes padrões para mostrar um resultado otimizado.
Quando você digita a palavra “qual”, o Google completa com “a previsão do tempo”. Isso é o algoritmo trabalhando. Nesse caso, significa que as pessoas costumam perguntar sobre o clima quando usam esta palavra.
O algoritmo otimizado é o que faz essa ferramenta ser tão boa. Você consegue pesquisar sobre qualquer coisa e ainda economiza tempo na busca.
Mas isso traz um problema.
Um algoritmo não tem uma sabedoria embutida. Ele apenas se baseia no comportamento de busca das pessoas, e faz o ranking das melhores correspondências.
E qual a consequência disso? Nem sempre ele vai te dar uma resposta correta sobre o que você busca.
“O leite UHT faz mal?”
Te faço um desafio. Busque aí agora no seu navegador o seguinte termo: “O leite UHT faz mal?”
O resultado será mais ou menos esse.
Perceba que temos alguns problemas.
Primeiro, existem paginas que dizem que sim e outras que dizem que não. Ou seja, não tem como saber a resposta correta. Mas, pior que isso, é ver que as sugestões vão, em sua maioria, contra a verdade.
A primeira sugestão, por exemplo, é um texto cheio de meias verdades que demonstra desconhecimento e conflito de opiniões.
Por que isso acontece?
Simples. O buscador não sabe o que é certo ou errado. O que você vê geralmente não é uma resposta, mas a média das páginas “confiáveis” mais acessadas.
E isso cria outro problema, pois se uma página é mostrada primeiro que outras, ela vai continuar sendo a mais clicada.
Some a isso o fato de que a maioria das pessoas que acessam a internet não tem o devido conhecimento sobre o assunto. Quem mais pesquisa sobre alimentos é justamente quem sabe menos.
Para esse público, quanto mais fácil a linguagem, melhor. E para o azar de todos nós, quem escreve melhor geralmente (e infelizmente) não tem o devido conhecimento técnico.
Contudo não precisamos desanimar. Nem mesmo pedir para desligar a internet de geral. Esse é um problema sem solução no curto prazo, mas que, ao longo dos anos, será resolvido. Tudo é parte de uma evolução.
Onde está o conhecimento?
O ponto é que sim, existe conhecimento disponível, materiais ricos e portais com credibilidade. Mas nem sempre é algo tão fácil a ponto de estar na primeira página da sua pesquisa.
Pesquisar hoje é mais fácil do que na época em que só existiam os livros nas bibliotecas. Não precisamos mais andar horas pelos corredores procurando o conteúdo certo, folheando páginas e páginas.
Ainda assim, não quer dizer que precisamos eliminar todo o trabalho. Perca alguns minutinhos a mais. Aqui vão algumas dicas para te ajudar:
- Leia mais de uma opinião sobre o mesmo assunto;
- Varie os termos da pesquisa, para ver se o resultado da busca muda;
- Coloque a palavra-chave entre aspas (“”), para obter um melhor direcionamento;
- Se você não quer que apareça algum termo nas páginas buscadas, use o sinal de “menos” (-) antes da palavra que quer excluir;
- Faça buscas também em inglês, para obter ainda mais resultados.
Isso não te garante o conhecimento absoluto sobre o assunto, mas com certeza, vai te permitir saber um pouco mais do que a média das pessoas. E isso já é muito.
Abaixo as minhas recomendações de fontes para pesquisas em alimentos.
- Portal Milkpoint (para lácteos);
- Blog Food Safety Brazil (para segurança dos alimentos);
- Revista Aditivos e Ingredientes (conteúdos gerais sobre alimentos);
- Portal Science Direct (para artigos científicos. Esse precisa ter bastante paciência para usar);
- Portal Food Processing (para novidades em geral sobre a indústria de alimentos).
Não precisam tornar estas as suas fontes oficiais. É mais para ter um lugar a mais onde pesquisar. E acima de tudo, tenham um pensamento crítico. Estejam dispostos a estarem errados.
Eu também posso estar. Isso não quer dizer que seja tarde para aprender o certo.
Até o próximo artigo!