É muito importante começar!

Este é o primeiro artigo de muitos que planejo escrever neste blog.

Eu deveria trazer aqui, de cara, um conteúdo relevante para tentar ajudar você, profissional da indústria de alimentos, a resolver algum pequeno problema do seu dia-a-dia.

Ou poderia então me apresentar, para criar uma conexão entre nós, uma relação de confiança para falar dos vários desafios que vivemos na rotina industrial.

Mas os textos que escrevi não me agradaram. Estes textos me deixaram com aquela sensação:

– “Que ideia ótima! Estou no caminho certo, mas ainda falta algo.”

Traços de uma pessoa perfeccionista? Talvez. Mas o fato de escrever algo que ficará público na internet, ainda mais para um público mais técnico não é simples de lidar.

Também há o medo de escrever algo da maneira errada ou que soe incompreensível, e assim jogar o projeto todo no ralo.

– “Afinal este é o primeiro artigo!”

Para você voltar aqui, pelo menos uma boa impressão eu preciso deixar. E nessa vontade de escrever o primeiro artigo perfeito, nenhum prestou.

Depois de algumas tentativas, resolvi fazer um pouco diferente e surgiu este artigo, que fala de outra coisa.

Vou contar um pouco de como foi essa experiência de criar um blog, e que talvez possa te ajudar.

apertando o botão de start para começar o primeiro artigo
É preciso coragem pra apertar o botão.

Tudo começa com uma ideia?

Faz algum tempo que venho pensando em criar um blog, ideia essa que surgiu de algumas ajudas e consultorias que prestei para amigos de profissão.

Um blog com um objetivo bem definido: tentar discutir aqui as questões que mais afligem a nós, supervisores, coordenadores, analistas ou mesmo gerentes da indústria de alimentos. Um espaço para ajudar os outros com questões técnicas, trocar informações e experiências e também aprender.

A ideia me pareceu ótima desde o início, mas ela não marca o começo desse blog.

Vários de nós tem várias ideias incríveis ao longo do dia, mas nenhuma delas é o começo de nada. O começo tem a ver com algo que vem depois, que as vezes é até mais simples que a própria ideia: a ação!

Eu gastei algum tempo procurando o artigo perfeito, planejando uma sequência de assuntos importantes, definindo a cara do site e outras coisas.

Por meses planejei a inauguração perfeita, mas percebi que estava entrando em um ciclo que só me fazia empurrar a criação do blog pra frente.

desenho com calendário. dias passando sem ação. dar o primeiro passo para construção do artigo

Isso acontece conosco, em nossa profissão ou mesmo na vida pessoal. Quantas vezes ficamos trabalhando uma ideia, maturando, imaginando todos os detalhes, criando as mais altas expectativas?

E quando vemos, estamos ainda presos na fase do planejamento. Revendo a ideia, sempre encontramos algo para melhorar.

Conclui que a ideia para, de fato, começar algo, precisa de uma ação. E como fazer isso?

Não há uma receita de bolo (Esse termo vai ser muito utilizado neste blog), nem passe de mágica.

Mas eu consegui! A prova é que você está lendo este artigo.

Foco no local certo é essencial

Na maioria das vezes nós sabemos o que queremos e que devemos fazer, mas nos perdemos no como começar a fazer.

Focamos tanto no resultado esperado e ainda assim não conseguimos sair do lugar. E essa é uma das respostas para o problema: Foco!

Focar no resultado é primordial para o profissional da indústria, e você já deve ter ouvido isso.

Mas assim como na indústria, esse “Foco no resultado” é constituído de um processo, e pode ser dividido em etapas.

Aqui, o meu objetivo é criar um blog. Mas muitas vezes esse objetivo pode ser desenvolver um produto, criar um procedimento ou implantar uma ISO.

O que fiz aqui foi dividir esse processo de criar um blog em etapas menores

Meu foco então passeou por cada tarefa, todas pequenas em relação ao blog, mas essenciais para o alcançar o grande resultado.

E dentro de cada artigo, principalmente este primeiro, eu tive que avaliar também parte por parte. Foi o que me permitiu identificar em quais partes eu estava com mais dificuldade, e assim superá-las.

E é geralmente focando em cada uma das etapas que alcançamos o grande resultado. Problemas complexos muitas vezes são apenas um conjunto de problemas simples.

Quebrando grandes cadeias em etapas podemos avaliar cada uma delas e entender o que é preciso em cada uma, e quando nos damos por conta, o grande problema foi resolvido.

O plano perfeito não existe

Uma outra abordagem envolve o planejamento em si. Planejamento é resumidamente uma reunião de objetivos a serem concluídos e seus respectivos prazos.

Nós falhamos primeiro quando buscamos o plano perfeito e queremos que ele ocorra sem nenhum desvio. A natureza do perfeito é ser inalcançável.

Planos perfeitos não existem. Devemos buscar o melhor planejamento, não o ideal, mas o real, aquilo que realmente está ao nosso alcance.

Nós falhamos também quando não colocamos prazos para o plano, e isso se relaciona diretamente ao plano perfeito, pois sem limite de tempo podemos sempre revisar e melhorar o plano e assim ele nunca sai do papel.

Temos que colocar prazos, definir os tempos.

E fazer isso é uma verdadeira arte, pois os prazos não podem ser tão curtos para ter que fazer na correria. Muito menos tão longos para permitir enrolação.

No mais, parta para a execução. Não se preocupe tanto se algo der errado. Volte algumas etapas, faça os ajustes e comece de novo, dessa vez mais preparado.

Etapa por etapa, prazo por prazo, monte seu quebra-cabeças.

Quanto mais fazemos isso, a tendência é que os próximos planejamentos saiam cada vez melhores.

E esteja ciente que o resultado alcançado pode ser bem diferente do previsto. E isso nem sempre é algo ruim.

Não tema! Alguns desvios fazem parte do jogo e felizmente podemos sempre aprender e tentar de novo.

Por fim, dê o primeiro passo! Para chegar a algum lugar, inevitavelmente temos que começar!

Paulo Henrique Rodrigues Júnior
Paulo Henrique Rodrigues Júnior

Mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela Universidade Federal de Viçosa. Atuo no setor de P&D e Processos na indústria desde 2015.
E desde então vivo um caso de amor pelos Processos Industriais. E quando sobra um tempinho, faço uns desenhos.

Para mais conteúdos, me segue no Instagram :)

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